É possível perceber se a criança é canhota já antes da alfabetização. Para comer ou desenhar a criança naturalmente escolhe a mão com a qual tem maior segurança. Quando começa a escrever, ela descobre qual é o lado mais habilidoso. Tem crianças que são canhotas extremas, que é quando só o lado esquerdo faz movimentos finos, e tem crianças que são ambidestras, pois ambos hemisférios cerebrais controlam pés e mãos.

Alguns canhotos escrevem com a mão esquerda, mas chutam com o pé direito, por exemplo. Isso acontece porque os canhotos têm conexões cerebrais um pouco diferente da dos destros. “As pessoas que são canhotas são mais bilaterais do que as destras. Existem áreas dos dois lados do cérebro responsáveis pela mesma função”, diz o neurologista Fábio Porto.

Diferenças entre destros e canhotos

A região da praxia é próxima da região responsável pela linguagem, localizada geralmente do lado esquerdo do cérebro. Grande parte dos canhotos, cerca de 30%, tem a linguagem junto com a praxia, também do lado direito do cérebro. Nos destros a porcentagem de pessoas com a linguagem controlada pelo lado direito do cérebro é de apenas 5%.

Adaptação

No passado os canhotos sofreram muito preconceito por questões religiosas e culturais. Mas, hoje, já não é mais comum que as crianças canhotas sejam obrigadas a usar a mão direita e alguns objetos do dia a dia têm ganhado versões para canhotos. A pioneira em produzir objetos para esse público foi uma fábrica finlandesa que, em 1954, desenvolveu tesouras canhotas, ou seja, com as laminas invertidas. As carteiras escolares também estão adaptadas para quem escreve com a mão esquerda e, apesar de não serem muito comuns, há abridores de lata que cortam no sentido inverso dos modelos comuns.

(Com informações da Revista Crescer)

Fonte visitada em 30/09/2020

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