Ambidestria

A ambidestria humana é caracterizada pela capacidade de uma pessoa de usar ambas as mãos com igual habilidade.

Os estudos sobre a ambidestria humana iniciaram no final do século XIX e começo do século XX, com os trabalhos pioneiros do psicólogo britânico Sir Francis Galton (1822-1911).

Galton foi o primeiro a sistematicamente investigar a preferência manual em sua pesquisa sobre o que chamou de “dextrogiria” (preferência pela mão direita) e “levogiria” (preferência pela mão esquerda).

Ele desenvolveu um questionário para medir a preferência manual em que perguntava aos participantes sobre as atividades que realizavam com cada mão.

Desde então, outros pesquisadores seguiram o trabalho de Galton e investigaram a ambidestria humana em diversos aspectos, incluindo sua prevalência, as causas biológicas e psicológicas que a determinam, e as consequências para a saúde e o bem-estar humano.

Hoje em dia, a ambidestria ainda é um campo de pesquisa ativo e em constante evolução, e os estudos sobre esse fenômeno continuam a trazer novas descobertas e insights sobre a natureza da preferência manual humana.

Além de Galton o estudo da ambidestria contou com a contribuição dos pesquisadores:

  • Michael Corballis (1936-2021) um psicólogo e neurocientista cognitivo neozelandês da Universidade de Auckland, que é conhecido por suas pesquisas sobre a lateralização cerebral e a ambidestria.
  • Norman Geschwind (1926-1984) foi um renomado neurologista e psiquiatra americano que contribuiu significativamente para o estudo da lateralização cerebral e da neurologia comportamental. Foi pioneiro na pesquisa sobre a relação entre a lateralização cerebral e a linguagem, e que também estudou a ambidestria.
  • Marion Annett (1924 – 2009) foi uma psicóloga britânica que se destacou por suas pesquisas sobre a lateralização cerebral e a dominância manual. Seus estudos sobre a dominância manual revelaram que a maioria das pessoas tem uma mão preferida para a realização de tarefas finas, como escrever ou usar talheres, e que a preferência manual pode ser influenciada por fatores genéticos e ambientais.

Esses pesquisadores, entre outros, foram responsáveis por lançar as bases do estudo da ambidestria humana e por avançar nosso conhecimento sobre esse fenômeno complexo.

Algumas formas de identificar a ambidestria incluem:

  • Observação direta – observar a pessoa realizando tarefas com as duas mãos pode revelar se ela é ambidestra ou não.
  • Testes de habilidade manual – existem vários testes disponíveis que podem ser usados para medir a destreza manual de uma pessoa, como o teste de pegar e soltar, o teste de apertar e o teste de pegar pequenos objetos. Esses testes podem ajudar a determinar se uma pessoa é ambidestra ou não.
  • Questionários – existem questionários e escalas que podem ser usados para avaliar a preferência manual de uma pessoa. Alguns exemplos incluem a Escala de Lateralidade de Edimburgo e a Escala de Lateralidade de Annett.

A Escala de Lateralidade de Edimburgo é uma ferramenta utilizada em psicologia para avaliar a lateralização cerebral, ou seja, a preferência por uma das mãos, pés ou olhos para realizar atividades cotidianas.

Essa escala foi criada em 1971 é baseada em questionários que avaliam as preferências manuais, como escrever, comer e jogar bola, além de outras atividades que podem indicar lateralidade, como a preferência por cruzar as pernas.

A escala consiste em uma série de perguntas simples, nas quais a pessoa deve indicar se prefere usar a mão direita, esquerda ou ambas para realizar uma determinada tarefa. Cada resposta recebe uma pontuação que é somada no final, gerando um escore que indica o grau de lateralização de cada indivíduo.

Ela é amplamente utilizada em pesquisas sobre a relação entre lateralização cerebral e diferentes condições psicológicas e neurológicas, como a dislexia, autismo e esquizofrenia, além de ser utilizada em estudos sobre as diferenças de lateralização entre homens e mulheres.

É importante ressaltar que a preferência lateral não é determinada apenas pela genética, mas também pode ser influenciada por fatores ambientais e culturais. Além disso, a lateralização cerebral não é uma questão binária, ou seja, não há apenas mão direita ou esquerda, mas sim uma ampla gama de graus de lateralização que podem ser identificados através da Escala de Lateralidade de Edimburgo.

A Escala de Lateralidade de Annett é outra ferramenta utilizada em psicologia para avaliar a lateralização cerebral. Ela foi desenvolvida pela psicóloga britânica Marion Annett em 1970 e é considerada uma das mais utilizadas na área.

A escala consiste em uma série de perguntas que avaliam a preferência lateral para diferentes atividades motoras, como escrever, jogar bola, escovar os dentes, entre outras. A resposta a cada pergunta é dada com uma escolha entre “esquerda”, “direita” ou “ambos”, e cada resposta recebe uma pontuação que é somada no final, gerando um escore que indica o grau de lateralização de cada indivíduo.

Uma das diferenças entre a Escala de Lateralidade de Annett e a Escala de Lateralidade de Edimburgo é que a primeira leva em consideração a força da preferência lateral, enquanto a segunda se concentra apenas na direção da preferência. Assim, na Escala de Annett, uma resposta “direita” ou “esquerda” recebe uma pontuação mais alta se a preferência for forte, enquanto uma resposta “ambos” recebe uma pontuação mais baixa.

A Escala de Lateralidade de Annett é amplamente utilizada em pesquisas sobre a relação entre lateralização cerebral e diferentes condições psicológicas e neurológicas, bem como em estudos sobre as diferenças de lateralização entre homens e mulheres.

Assim como a Escala de Lateralidade de Edimburgo, a Escala de Annett também reconhece que a preferência lateral não é uma questão binária e que há uma ampla gama de graus de lateralização que podem ser identificados.

 

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