Lateralidade Esquerda e TEA: Conexões e Impactos

Lateralidade Esquerda e TEA: Conexões e Impactos

A lateralidade — ou preferência por um lado do corpo — é um aspecto fundamental do desenvolvimento humano. Quando essa preferência se manifesta predominantemente pelo lado esquerdo, temos o que chamamos de lateralidade esquerda dominante, mais comum em cerca de 10% da população. No contexto do Transtorno do Espectro Autista (TEA), essa característica pode ganhar nuances importantes, tanto no aspecto motor quanto cognitivo e sensorial.

🔍 O que é lateralidade?

Lateralidade é a tendência natural de um indivíduo em utilizar mais frequentemente um dos lados do corpo — mão, pé, olho ou ouvido — para realizar tarefas. Ela está diretamente ligada à organização cerebral e ao desenvolvimento da coordenação motora, percepção espacial e linguagem.

🧩 Lateralidade no autismo: o que os estudos mostram

Pesquisas como as da Revista Brasileira de Educação Especial indicam que crianças com TEA podem apresentar atrasos ou padrões atípicos de lateralidade, como:

  • Lateralidade indefinida ou cruzada (uso alternado de mãos, olhos ou pés).
  • Preferência lateral muito marcada, que pode limitar a exploração do ambiente.
  • Dificuldades na integração sensorial, influenciadas pela dominância lateral.

Além disso, estudos apontam que há uma maior incidência de lateralidade esquerda entre pessoas com TEA do que na população geral, embora isso ainda esteja em investigação.

🖐️ Lateralidade esquerda: desafios e potenciais no TEA

A dominância esquerda pode trazer desafios específicos para pessoas com autismo, como:

  • Adaptação escolar: materiais e ferramentas são majoritariamente pensados para destros.
  • Coordenação motora fina: pode haver maior dificuldade em tarefas como escrita ou recorte.
  • Integração sensorial: a preferência por um lado pode afetar a forma como o cérebro processa estímulos visuais e auditivos.

Por outro lado, muitos indivíduos com TEA e lateralidade esquerda demonstram:

  • Habilidades criativas acentuadas
  • Pensamento visual e espacial diferenciado
  • Maior sensibilidade a padrões e detalhes

🧠 Implicações para o desenvolvimento e intervenção

Compreender a lateralidade dominante — especialmente a esquerda — em pessoas com TEA é essencial para:

  • Planejar intervenções motoras e pedagógicas personalizadas
  • Evitar frustrações em tarefas cotidianas
  • Apoiar o desenvolvimento da autonomia e da autoestima

Atividades como jogos motores, exercícios de coordenação bilateral e adaptações escolares (como tesouras para canhotos ou posicionamento adequado de cadernos) podem fazer grande diferença.

📚 Conclusão

A lateralidade esquerda dominante, quando presente em indivíduos com TEA, não é um obstáculo — é uma característica que merece atenção, respeito e estímulo. Ao reconhecer e valorizar essa singularidade, educadores, terapeutas e familiares podem contribuir para um desenvolvimento mais harmonioso e inclusivo.

 

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