A evolução dos estudos sobre a lateralidade manual

A evolução dos estudos sobre a lateralidade manual

 

Como as pesquisas sobre a preferência pela mão esquerda ou direita avançaram e trouxeram benefícios para as pessoas canhotas.

O que é lateralidade manual e como ela é medida

Lateralidade manual é a tendência de usar preferencialmente uma das mãos para realizar tarefas que exigem habilidade, precisão ou força.

A maioria das pessoas é destra, ou seja, usa mais a mão direita, mas cerca de 10% da população é canhota, ou seja, usa mais a mão esquerda. Existem também pessoas ambidestras, que usam as duas mãos com igual facilidade, mas elas são raras.

Para medir a lateralidade manual, os pesquisadores usam testes que avaliam a frequência, a consistência e a preferência pelo uso de cada mão em diferentes atividades, como escrever, desenhar, cortar, arremessar, entre outras.

Como a lateralidade manual é explicada pela ciência

A lateralidade manual é um fenômeno complexo, que envolve fatores genéticos, biológicos, ambientais e culturais.

Uma das teorias mais aceitas é a de que a lateralidade manual está relacionada com a especialização funcional dos hemisférios cerebrais, que controlam as funções motoras e cognitivas do corpo.

O hemisfério esquerdo, que é responsável pela linguagem, pela lógica e pelo raciocínio, costuma dominar o lado direito do corpo, enquanto o hemisfério direito, que é responsável pela criatividade, pela intuição e pela emoção, costuma dominar o lado esquerdo do corpo.

Assim, as pessoas destras teriam uma maior atividade do hemisfério esquerdo, e as pessoas canhotas, do hemisfério direito.

No entanto, essa teoria não explica todas as variações e as exceções que existem na lateralidade manual, e por isso, outros fatores, como a herança genética, a influência hormonal, a exposição a agentes tóxicos, o treinamento, a educação e a cultura, também são considerados.

Como a lateralidade manual influencia a vida das pessoas

A lateralidade manual pode ter impactos positivos e negativos na vida das pessoas, dependendo de como elas se adaptam ao seu ambiente e de como são tratadas pela sociedade.

Por um lado, as pessoas canhotas podem ter vantagens em algumas áreas, como as artes, os esportes, a música, a matemática e a ciência, pois podem usar mais o hemisfério direito do cérebro, que é associado a essas habilidades.

Além disso, as pessoas canhotas podem ter mais facilidade para lidar com situações novas, complexas ou ambíguas, pois podem usar mais os dois hemisférios do cérebro, que se comunicam melhor entre si.

Por outro lado, as pessoas canhotas podem enfrentar dificuldades e discriminações em um mundo predominantemente destro, onde a maioria dos objetos, dos instrumentos, dos equipamentos e das ferramentas são projetados para o uso da mão direita.

Isso pode gerar desconforto, frustração, acidentes, lesões e até problemas de autoestima e de identidade nas pessoas canhotas, que podem se sentir excluídas, reprimidas ou estigmatizadas.

Como os estudos sobre a lateralidade manual contribuíram para a melhoria da vida das pessoas canhotas

Os estudos sobre a lateralidade manual, que começaram no século XIX e se intensificaram no século XX, trouxeram muitos benefícios para as pessoas canhotas, pois ajudaram a desmistificar alguns preconceitos, a valorizar as diferenças, a reconhecer as potencialidades e a promover a inclusão.

Graças aos avanços da ciência, da tecnologia, da educação e da cultura, as pessoas canhotas puderam ter mais acesso a produtos, serviços, recursos e oportunidades adaptados às suas necessidades e preferências, como tesouras, abridores, relógios, teclados, mouse, canetas, cadernos, livros, instrumentos musicais, equipamentos esportivos, entre outros.

Além disso, as pessoas canhotas puderam contar com mais apoio, orientação, respeito e reconhecimento por parte da família, dos amigos, dos professores, dos colegas e da sociedade em geral, que passaram a compreender melhor a diversidade humana e a valorizar a individualidade de cada um.

 

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