Invisibilidade Estatística e Seus Impactos
Apesar de representarem cerca de 10% da população mundial, as crianças canhotas continuam sendo invisíveis nas estatísticas educacionais brasileiras.
Nem o Censo Escolar, nem as pesquisas do IBGE ou do Ministério da Educação (MEC) coletam dados sobre lateralidade manual — ou seja, não sabemos oficialmente quantas crianças canhotas estudam nas escolas públicas ou particulares do país.
📉 A ausência de dados: um problema estrutural
A falta de estatísticas sobre crianças canhotas impede:
- A formulação de políticas públicas inclusivas.
- A produção e distribuição de materiais escolares adaptados.
- A capacitação de professores para lidar com diferenças motoras e cognitivas.
- A criação de ambientes escolares mais acolhedores e funcionais para todos.
Sem dados, não há diagnóstico. Sem diagnóstico, não há ação.
🏫 Impactos na escola pública e privada
Nas escolas públicas, onde os recursos já são escassos, a ausência de dados sobre canhotos agrava a exclusão:
- Carteiras escolares são projetadas para destros.
- Tesouras, cadernos e instrumentos musicais não consideram a lateralidade.
- Professores muitas vezes não recebem formação para lidar com alunos canhotos.
Nas escolas particulares, embora haja mais recursos, o problema persiste:
- A lateralidade é ignorada nos formulários de matrícula.
- A adaptação é vista como exceção, não como parte da diversidade.
- O preconceito sutil contra a “mão errada” ainda aparece em práticas pedagógicas.
🧠 Consequências para o desenvolvimento
A negligência em relação à lateralidade pode gerar:
- Dificuldades de aprendizagem, especialmente na escrita.
- Problemas de autoestima, por sentir-se “diferente” ou “errado”.
- Desconforto físico, como dores musculares por uso inadequado de mobiliário.
- Desempenho escolar comprometido, por falta de adaptação.
📚 Por que contar importa?
Contar é reconhecer. Quando o Estado não coleta dados sobre uma característica, ele não reconhece sua existência. E o que não é reconhecido, não é protegido, nem incluído.
📢 O que pode ser feito?
- Incluir a lateralidade manual nos censos escolares e pesquisas educacionais.
- Criar protocolos de adaptação para alunos canhotos.
- Formar professores para lidar com a diversidade motora.
- Produzir e distribuir materiais escolares adaptados.
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