Psicomotricidade: desafios dos pequenos canhotos

A infância é um período de descobertas intensas — e o corpo é o primeiro instrumento que a criança utiliza para explorar o mundo.

Quando falamos de psicomotricidade, falamos da integração entre movimento, emoção e pensamento. E quando essa criança é canhota, o olhar precisa ser ainda mais atento e respeitoso.

🧠 O que é Psicomotricidade?

A psicomotricidade estuda como o corpo e a mente se relacionam no desenvolvimento humano. Na prática, ela ajuda a criança a se expressar, se comunicar e se organizar no espaço por meio de movimentos conscientes e espontâneos.

É uma ferramenta essencial para o desenvolvimento global — físico, emocional, cognitivo e social.

✋ Crianças Canhotas: Um Mundo de Desafios e Potencial

Ser canhoto em um mundo predominantemente destro pode ser desafiador. Tesouras, cadernos, carteiras escolares e até instruções motoras são pensadas para quem usa a mão direita.

Isso pode gerar frustrações, dificuldades de coordenação e até insegurança.

Mas ser canhoto também é uma expressão natural da lateralidade — e precisa ser respeitada. A psicomotricidade entra como uma aliada poderosa nesse processo.

🌈 Como a Psicomotricidade Pode Ajudar?

  • Respeita a lateralidade natural da criança, sem forçar mudanças
  • Estimula a coordenação motora fina e global, com atividades adaptadas
  • Fortalece a autoestima, ao valorizar o jeito único da criança de se mover e se expressar
  • Promove autonomia, permitindo que a criança explore o mundo com segurança

💡 Dicas para Pais e Educadores

  • Nunca force a troca de mão. A mão dominante é uma expressão neurológica e deve ser respeitada.
  • Ofereça materiais adaptados, como tesouras para canhotos e cadernos com espiral do lado certo.
  • Observe como a criança se posiciona ao escrever ou desenhar — pequenos ajustes podem fazer grande diferença.
  • Valorize cada conquista motora, por menor que pareça.

A psicomotricidade não é apenas sobre movimento — é sobre escuta, acolhimento e respeito ao corpo que pensa, sente e age.

Para crianças canhotas, esse cuidado é ainda mais essencial. Que possamos criar espaços onde todas as mãos — esquerdas ou direitas — tenham lugar para crescer com liberdade e afeto.

🧩 Atividades Psicomotoras para Crianças Canhotas

Incluir atividades psicomotoras adaptadas pode fazer toda a diferença no desenvolvimento da criança canhota. Aqui vão algumas ideias:

  1. Circuitos de movimento com lateralidade livre

Monte um circuito com obstáculos, rampas, túneis e desafios motores. Permita que a criança escolha o lado dominante para realizar os movimentos — isso ajuda a reforçar sua lateralidade natural sem imposições.

  1. Desenho livre com materiais variados

Ofereça lápis, pincéis, giz de cera e canetinhas posicionados dos dois lados da mesa. Incentive o uso da mão esquerda sem correções.

O foco é na expressão, não na técnica.

  1. Jogos de coordenação bilateral

Atividades como bater palmas alternadas, pular corda ou brincar com bolas ajudam a integrar os dois lados do corpo, promovendo equilíbrio e consciência corporal.

  1. Modelagem com massinha

Manipular massinha fortalece a musculatura das mãos e dedos, além de estimular a criatividade. Deixe a criança explorar livremente com a mão dominante.

  1. Atividades de preensão e recorte

Use tesouras próprias para canhotos e objetos que favoreçam a pegada com a mão esquerda. Isso evita frustrações e melhora a coordenação motora fina.

🎙️ O que dizem os especialistas?

“A lateralidade é uma construção neurológica e deve ser respeitada. Forçar uma criança canhota a usar a mão direita pode gerar insegurança, dificuldades escolares e até bloqueios emocionais.” — Dra. Renata Oliveira, psicomotricista e neuroeducadora

“A psicomotricidade é uma ponte entre o corpo e a mente. Quando respeitamos o corpo da criança, abrimos espaço para que ela se desenvolva com autonomia e afeto.” — Prof. Marcos Lima, especialista em desenvolvimento infantil

Cada criança é única — e a psicomotricidade nos convida a enxergar essa singularidade com sensibilidade. Para os pequenos canhotos, esse olhar é ainda mais necessário. Com acolhimento, respeito e práticas adaptadas, podemos garantir que todas as mãos tenham espaço para crescer, criar e se expressar.

Se você é educador, terapeuta ou responsável por uma criança canhota, lembre-se: o corpo fala. E quando escutamos com atenção, ajudamos a construir um mundo mais inclusivo desde os primeiros passos.

 

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